NOS Club: Paus e Linda Martini mostram o que há de melhor em Portugal

A saga dos concertos do NOS Club continuou, na Casa da Música, com Linda Martini e Paus. Ontem (11), as bandas de rock português celebram em conjunto o que de melhor se faz na música portuguesa.

PAUS

A noite começou com o primeiro concerto dos Paus na Casa da Música. Perante um público que esgotou os bilhetes e se mostrou entusiasmado desde o início, apresentaram o seu mais trabalho, “Clarão”. Os próprios definem-se como “uma bateria siamesa, um baixo maior que a tua mãe e teclados que te fazem sentir coisas”, juntando a guitarra de Fábio Jevelim, ficamos com uma máquina de fazer barulho, do bom.

Com um público já expectante em relação a Linda Martini, o concerto acabou tendo por pontos altos “Corta Vazas”, “Deixa-me Ser” e “Bandeira Branca”. O concerto fez parte da tour de apresentação que seguirá para terrenos internacionais (Holanda e Bélgica) na próxima semana.

LINDA MARTINI

O concerto começou da maneira habitual, como não poderia deixar de ser. Ouviam-se gritos, usualmente direcionados a Hélio Morais, ao mesmo tempo que se começava a fazer sentir o feedback de guitarra que, pela tonalidade, fazia adivinhar “Queluz Menos Luz”. Continuando pelo seu “Casa Ocupada”, a banda lisboeta passou por “Nós Os Outros” e “Cem Metros Sereia”, temas que pareceram querer deixar uma marca positiva desde muito cedo, dando mote para o início do crowd surf e para um pequeno mosh.

Estando o público já quente, os Linda Martini apresentaram as primeira músicas da noite pertencentes ao seu último trabalho, “Turbo Lento”.“Panteão” e “Febril” subiram a palco, antes de voltar ao “Casa Ocupada”, de 2010, através de “Mulher-A-Dias”.

A agitação era tal que Hélio Morais, o baterista, fez um apelo para que as pessoas se “divertissem sem se magoar”. Este apelo foi talvez motivado pelo conhecimento da música que se iria seguir e no quão mais caótico tudo estava prestes a tornar-se com “Amor Combate”, um tema que conquistou pela voz perturbada de André Henriques. Prolongando a mostra do “Olhos de Mongol”, houve ainda tempo para “Estuque”, antes de virar as atenções, mais uma vez, para “Turbo Lento” com “Volta” (havendo a seguir uma pequena “intromissão” de “Juventude Sónica”), “Sapatos Bravos” e “Ratos”. O portentoso primeiro single de 2013 foi, discutivelmente, o apogeu do caus da noite de ontem, havendo simultaneamente público no palco, público no ar, público de microfone na mão, um pouco de tudo. Por entre os pedidos de Cláudia Guerreiro, o público lá desceu e deu espaço para que os quatro membros dos Linda Martini fizessem o que fazem melhor.

Acabaram o alinhamento previsto com “Belarmino Vs”. Fugindo do seu costume, nas palavras dos próprios, decidiram tocar mais duas músicas, sendo as escolhidas “Dá-me A Tua Melhor Faca” e “O Amor É Não Haver Polícia”. No final, ficou apenas o espanto de quem nunca os tinha visto e o respeito de quem já os conhecia.

Texto para o Jornal Universitário do Porto
Fotografia de Nádia Teixeira