O Centro Comercial STOP tem os dias contados. Se nada mudar, o mais certo é o seu fecho. Em causa, estão questões estruturais de segurança e de licenciamento das lojas. A Camâra do Porto afirma que apenas pode intervir para fechar o espaço, enquanto artistas, proprietários e apoiantes procuram alternativas ao fecho do espaço icónico.
Do exterior, o CC STOP engana. Está longe de estar abandonado. De acordo com diversas fontes, são cerca de 500 artistas e mais de 100 projetos que utilizam o CC STOP como centro de operações, a grande maioria músicos. Agora, correm o risco de ser despejados devido a problemas estruturais que “comprometem a segurança do edifício e de quem o frequenta“, segundo a Câmara do Porto.
A administação do condomínio do CC STOP afirmou ter entregado um plano de renovação em maio de 2022, tendo até ao dia 30 de novembro para que esse plano fosse posto em prática.
No entanto, a administração do condomínio diz não ter dinheiro para efetivar o plano apresentado, um sentimento que é partilhado pela associação de músicos do STOP e pelos seus associados a nível individual.
Foto: Pedro Correia / Global Imagens
A CDU, pela vereadora Ilda Figueiredo, propôs uma tomada de posse administrativa caso não seja encontrada qualquer alternativa. A resposta da Câmara do Porto é que a tomada de posse administrativa não poderá acontecer enquanto os prazos estiverem a decorrer. Rui Moreira diz ainda que apenas poderá intervir no sentido de fechar o espaço, uma vez que negociar com os quase 140 proprietários ou negociar o financiamento de uma obra privada seria impossível.
Rui Moreira propôs como solução pôr à disposição dos artistas afetados dois pisos do Siloauto, embora os associados neguem ter sido informados desta alternativa a qualquer momento.
A ameaça e o risco não são novos:
Em 2007, já corria tinta sobre a necessidade de recuperar o edifício.
Em 2010, a Câmara do Porto ameaçava o fecho de lojas sem licença de utilização.
Em 2012, houve um incêndio que terá tido, de acordo com o JN, início num estúdio de gravação.
Em 2013, mais uma vez, um incêndio no CC STOP.
Em 2022, Rui Moreira afirma que “o STOP não pode funcionar como está” ameaçando o fecho do centro comercial.
Desde então, artistas entrevistados pelo Porto Canal e pelo JN afirmam que o clima foi sempre de incerteza que veio a culminar na situação atual, sem fim ou resolução à vista.